ASPECTOS PSÍQUICOS DO PACIENTE INTERNADO NA UTI DE UM HOSPITAL GERAL: a importância da Psicologia Hospitalar no manejo e cuidado

Abstract

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) tem sido caracterizada como um ambiente complexo, decorrente do uso crescente da tecnologia que visa atender melhor o paciente. É um setor destinado a pacientes em estado grave e com risco de morrer, que conta com assistência especializada e recursos tecnológicos. Devido à complexidade, o paciente que vivencia a UTI pode sentir-se, em muitos momentos, inseguro, desamparado, ter medo da morte e sentir solidão. Nesse sentido, a pesquisa teve como objetivos analisar os aspectos psíquicos dos pacientes internados na UTI de um hospital geral; compreender quais são os principais sentimentos desses pacientes; verificar a percepção do paciente sobre seu período de internação. O método é qualitativo e teve como instrumento a entrevista semidirigida. Foram entrevistados dez pacientes internados na UTI de um hospital geral. Diante das análises, foi possível perceber que o adoecimento, o ambiente hospitalar, a internação, o tratamento e todas as demais peculiaridades que acompanham esse processo são ameaçadoras e provocam um afastamento do indivíduo de seu cotidiano, de sua casa, de seus afazeres, de sua família e amigos, podendo levá-lo a um processo de despersonalização, gerando uma sensação de perda da individualidade, autonomia e identidade. Os pacientes se sentiam acolhidos e bem cuidados, porém apresentavam medo, ansiedade e vontade de retornar para suas casas. Mostraram-se satisfeitos com o tratamento que receberam dos profissionais e com o atendimento realizado pelo psicólogo hospital, fato este que ajudou, juntamente com a diminuição da dor física, a ressignificar a experiência de internação. Considera-se essencial, no processo de adoecimento, que o paciente seja ouvido por uma escuta ativa diante de sua dor e que os profissionais, de modo geral, possam oferecer o cuidado necessário para que ele seja amparado nesse momento.